O câncer do colo do útero é uma doença crônica, que pode ocorrer a partir de
mudanças intra-epiteliais e, no período médio de 5 a 6 anos, se transformar em
processo invasor.
Constitui-se num problema de saúde pública mundial.
No ano de 2000, havia uma estimativa de 468 000 casos, com 233 000 mortes por
este tipo de câncer, em todo o mundo.
Dessas mortes, 80% ocorreriam nos países em desenvolvimento.
Dessas mortes, 80% ocorreriam nos países em desenvolvimento.
Dados do Instituto Nacional do Câncer mostram que, no Brasil, o câncer do
colo do uterino representa a segunda maior causa de morte por câncer entre as
mulheres e que só em 2008 haveria mais de 19 000 casos dessa doença.
A condição necessária para o surgimento do câncer do colo do útero é a
presença de infecção pelo papiloma vírus humano (HPV).
Esse vírus é transmitido sexualmente.
Portanto, a promiscuidade sexual, a falta de higiene, o início precoce das
atividades sexuais estão relacionados a um maior risco do câncer do colo
uterino.
Esse tipo de câncer pode ser totalmente evitado, através da realização
periódica do exame preventivo do colo uterino, conhecido como teste de
Papanicolaou, um exame rápido, indolor e de baixo custo que consiste na coleta
de material do colo uterino para exame em laboratório.
No exame de Papanicolaou, introduz-se um instrumento chamado espéculo pelo canal vaginal para que se
possa visualizar o colo do útero (parte final do útero), do qual serão
recolhidas as células para exame microscópico.
Esse exame foi adotado para rastreamento, na década de 50, em vários países,
pois identifica lesões pré-cancerosas que, se tratadas, diminuem a incidência de
carcinoma invasor e, consequentemente, a mortalidade pelo câncer do colo
uterino.
O exame de Papanicolaou deve ser realizado em todas as mulheres com vida sexualmente ativa, pelo
menos uma vez ao ano.
Se o resultado do exame for negativo por três anos seguidos, a mulher pode
fazê-lo de 3 em 3 anos.
Estima-se que é possível reduzir em cerca de 80% a mortalidade por este
câncer, com o teste e o tratamento das lesões precursoras com alto poder de
malignidade, já que a realização do teste permite uma alta abrangência da
população feminina.
Já existe até lei para isso. A Lei 11664, sancionada pelo Presidente da
República em 29/04/2008 em seu artigo 2º, parágrafo II, diz o seguinte:
“O Sistema Único de Saúde – SUS, por meio dos seus serviços, próprios,
conveniados ou contratados, deve assegurar a realização de exame citopatológico
do colo uterino a todas as mulheres que já tenham iniciado sua vida sexual,
independentemente da idade;”
Mas os fatos reais contradizem a lei.
A limitação do acesso aos serviços de saúde por barreiras socioeconômicas,
culturais e geográficas reduzem a cobertura dos exames de citopatologia
oncótica (Papanicolaou).
Além disso, a falta de informação é muito grande.
Ter idade avançada, baixo nível socioeconômico, não ter cônjuge (solteiras,
separadas ou viúvas) são fatos identificados como associados à não realização do
exame Papanicolaou.
Para que a prevenção aconteça, o esforço tem de ser grande.
Há de haver um envolvimento entre os órgãos públicos, imprensa, educadores,
profissionais de saúde e comunidades: com programas educativos e incentivos,
capacitações e esclarecimentos.
Há de haver conscientização. Há de haver condições de espaço físico. Há de
haver pessoas capacitadas, e em número suficiente, para o atendimento. Há de
haver equipamentos.
Só assim, a mulher, depois de bem informada e com condições de ser atendida,
poderá fazer uso de seus direitos.
Bibliografia: Revista Pharmácia Brasileira – Ano XII – nº 70 – pág. 76
Nossa é triste ver q muitas sofrem por nao prevenir , e pior as q nao tem condiçoes.
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