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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Mal de Hashimoto ou Tireoidite linfocítica crônica, uma doença autoimune na glândula tireoide.

A doença de Hashimoto é uma forma de inflamação crônica da glândula tireoide, que causa danos e reduz a função desta, levando ao hipotireoidismo.

Tireoidite linfocítica crônica ou Mal de Hashimoto. Doença autoimune na glândula tireoide.
by Roberto M.
Primeiramente vamos ver o que é, e para que serve, a glândula tireoide; depois veremos o que vem a ser uma doença autoimune para, em seguida, entendermos o que é a doença ou mal de Hashimoto, também conhecida como Tireoidite linfocítica crônica.
A tireoide é uma glândula em forma de borboleta situada abaixo do “pomo de adão”, na parte da frente do pescoço, ao longo da frente da traqueia.

A tireoide tem dois lobos laterais, ligadas por uma ponte (istmo) no meio. Quando a tireoide tem um tamanho normal, não podemos senti-la.
A tireoide secreta diversos hormônios, chamados genericamente de hormônios da tireoide. Os principais hormônios são a triiodotironina e a tiroxina (ou tetraiodotironina), respectivamente chamados de T3 e T4.

Os hormônios da tireoide agem em todo o corpo, influenciando o metabolismo, o crescimento, o desenvolvimento e a temperatura do corpo.
Durante a infância, quantidades adequadas de hormônios da tireoide são cruciais para o desenvolvimento do cérebro.
Para saber mais detalhadamente como funciona a glândula tireoide, leia o artigo: "Glândula Tireoide e o metabolismo celular“.

Glândula tireoide e seu posicionamento no corpo humano.


DOENÇA AUTOIMUNE

Uma doença autoimune é uma condição que ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do próprio corpo, por engano.
A doença autoimune acontece quando o sistema de defesa do indivíduo perde a capacidade de reconhecer órgãos, que são naturais e fazem parte originalmente do corpo, e começam a produzir anticorpos contra células e tecidos do próprio organismo.
Agora, vamos falar da doença de Hashimoto:

TIREOIDITE DE HASHIMOTO

Tireoidite de Hashimoto, ou tireoidite linfocítica crônica, é uma doença autoimune, cuja principal característica é a inflamação da tireoide causada por um erro do sistema imunológico.
Vamos ver como ela evolui:

Por razões ainda não conhecidas, o sistema imunológico do indivíduo passa a produzir anticorpos que combatem a própria glândula tireoide. Com isso, passa a haver um lento processo de destruição das células da tireoide que dura vários anos.
À medida que as células vão sendo destruídas, há uma redução na atividade da glândula, o que pode levar ao hipotireoidismo por carência na produção dos hormônios T3 e T4.

Nas fases iniciais da doença, o paciente portador do mal de Hashimoto não apresenta sintomas, pois os níveis de T3 e T4 no sangue permanecem normais devido ao aumento da secreção de TSH pela hipófise, que estimula as células remanescentes da tireoide a aumentar sua produção de hormônios.
Este aumento de TSH, no início, é suficiente para normalizar os níveis de T3 e T4, mas os exames de sangue já são capazes de detectar o TSH elevado e prognosticar a fase chamada de Hipotireoidismo subclínico.

Conforme passa o tempo, mais células vão sendo destruídas pelo sistema imunológico e, apesar do aumento da secreção do TSH pela hipófise, estimulando a produção de hormônios, as células remanescentes são tão poucas que não conseguem mais produzir T3 e T4 suficientes para manter o funcionamento normal do organismo.
Quando os hormônios da tireoide ficam em níveis abaixo do desejável, começam a surgir os sintomas do hipotireoidismo.

Como sabemos, o sufixo (–ite) é indicativo de inflamação. Vem daí nome Tireoidite, pois a ação dos anticorpos na tireoide causa inflamação da mesma.
Existe a possibilidade de que o paciente portador da doença de Hashimoto desenvolva, nas fases iniciais da doença, um Hipertireoidismo. Isso porque a glândula irritada pode produzir mais hormônios do que o desejável. 

Desse modo, o paciente portador de Tireoidite crônica poderá evoluir de um hipertireoidismo no início para um hipotireoidismo nas fases mais avançadas.
A doença acomete mais as mulheres do que os homens, sua prevalência aumenta à medida que as pessoas envelhecem.

Ainda não se sabe o que faz o organismo produzir anticorpos contra as células da tireoide. Existem hipóteses de que infecções virais ou bacterianas, a exposição a certos medicamentos e ao iodo, partos e fatores genéticos estejam envolvidos nesse processo.

SINAIS E SINTOMAS DA TIREOIDITE CRÔNICA

A Tireoidite de Hashimoto não tem sinais e sintomas típicos. Por ser uma doença de evolução lenta, os sintomas aparecem à medida que o hipotireoidismo se instala.
Vejamos os sintomas mais comuns:

1 - Cansaço fácil
2 – Fraqueza
3 - Desânimo
4 - Depressão
5 - Falta de iniciativa (adinamia)
8 - Diminuição da frequência cardíaca
9 – Hipertensão (veja: Hipertensão. A assassina silenciosa.)
10 - Decréscimo da atividade cerebral
11 - Voz mais grossa
12 - Edema duro no pescoço (mixedema)
13 - Diminuição do apetite
14 – Redução do paladar.
15 – Intolerância ao frio.
16 – Diminuição do suor.
18 – Unhas fracas.
19 – Dor nas articulações.
20 - Sonolência
21 - Reflexos mais vagarosos
22 - Ganho de peso
23 – Anemia (veja: Anemia. Uma das doenças do sangue.)
24 – Síndrome do túnel do carpo
25 – Aumento do colesterol (veja: Colesterol: entenda um pouco sobre ele. ).
26 – Alterações da menstruação (veja. O que é cólica menstrual ou dismenorréia. Quais os sintomas e causas).
27 – Perda da libido.
28 – Infertilidade.
29 – Disfunção erétil nos homens
30 – Redução dos pelos da sobrancelha.
31 – Inchaços (em casos mais graves).
33 – Coma (em casos graves e não tratados).
34 - Pode apresentar, também, aumento no tamanho da tireoide e, consequentemente, a formação do bócio (“papo”).

Com a progressão da doença, os sintomas se agravam. A pessoa se sente cada vez mais cansada e com menos energia.

DIAGNÓSTICO DO MAL DE HASHIMOTO

O diagnóstico leva em conta cada um dos sintomas listados acima.
Exames de sangue permitem dosar a quantidade dos hormônios tireoidianos T3 e T4, do hormônio TSH produzido pela hipófise, que estimula o funcionamento da tireoide, e a presença de anticorpos antitireoide (anti-TPO e anti-tireoglobulina).

Quem tem os sintomas e, também, o nível de hormônios tireoidianos abaixo do desejável e TSH maior que 4 mU/l será diagnosticado como portador de hipotireoidismo.
A presença de anti-TPO ou anti-tireoglobulina em um paciente com hipotireoidismo indica que a causa é a doença de Hashimoto.

Existe ainda o grupo que cai na definição de hipotireoidismo subclínico, ou seja, TSH maior que 4 mU/L, mas sem sintomas da doença.
Hoje, graças à identificação dos hipotireoidismos subclínicos, é possível diagnosticar a doença antes que ela apresente sinais clínicos.

Não existe hipotireoidismo quando as análises dos níveis de hormônio no sangue apresentarem-se normais.
Quando se acredita existirem os sintomas de hipotireoidismo, mas TSH e T4 estiverem normais, as queixas têm outra causa.

TRATAMENTO DO MAL DE HASHIMOTO

Não existe cura para a doença de Hashimoto, mas felizmente já existem hormônios tireoidianos sintéticos. O tratamento consiste na simples administração diária destes.
A droga usada normalmente é a Levotiroxina, que é um T4 sintético.
O objetivo do tratamento é manter o T4 dentro dos níveis normais e, por conseguinte, manter também o TSH dentro da faixa de normalidade, deixando o paciente livre dos sintomas.

A dose da suplementação do hormônio tireoidiano (levotiroxina) varia de acordo com o grau de deficiência da produção do hormônio T4.
Por isso, às vezes, o médico pode ter que alterar as doses do medicamento.
O tratamento do hipotireoidismo quase sempre é longo e exige a dosagem (exame de sangue) do nível de hormônios constantemente. 
Normalmente, o tratamento é feito por toda a vida e não pode ser interrompido.

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