by Roberto M.
O que é varicela? O que é catapora? Como se pega catapora? Como
surge a varicela?
A varicela, que no Brasil também é conhecida como catapora, é
uma doença infecciosa característica da infância e altamente contagiosa.
O vírus causador da catapora chama-se Varicela-zoster.
Esse vírus é um corpúsculo arredondado, com cerca de 210 milionésimos de milímetro de diâmetro que só um microscópio eletrônico permite observá-lo. Tem pouca resistência no ambiente exterior e normalmente só se consegue estudá-lo quando está instalado em um hospedeiro humano.
CONTÁGIO
Devido a essa baixa resistência sua propagação não se dá através de roupas e
objetos.
A transmissão do vírus da catapora se dá pelas gotículas de saliva que
o doente espalha no ar através da tosse, da respiração e da fala ou pelo contato
direto com as lesões cutâneas da doença.
Antigamente, antes de aparecer a vacina, a catapora era uma
das enfermidades mais comuns na infância, pois, a varicela
aparece quando o organismo ainda não reagiu ao vírus e, portanto, ainda não se
imunizou.
Pode ocorrer varicela no recém-nascido (infecção neonatal) ou ainda uma
infecção intrauterina, em consequência da transmissão do vírus da catapora da
mãe para o filho.
Uma vez adquirido o vírus, a pessoa fica imune por toda vida.
Entretanto, esse vírus permanece dormente no organismo, controlado que está
pelo sistema imunológico, mas quando no futuro, por algum motivo, o mecanismo de
defesa se debilitar, ele pode provocar uma doença conhecida como herpes-zoster ou cobreiro.
SINTOMAS E EVOLUÇÃO
Quando o vírus penetra no organismo não imunizado, a doença não se manifesta
imediatamente. Nos primeiros quinze dias, não aparece nada, o vírus fica
incubado.
A partir daí, começa a surgir mal estar, pequena dor de cabeça, ligeira febre (entre 37,5°C e 39,5°C), falta de
apetite, vômitos e cansaço. Esses sintomas persistem por dois ou três dias.
Concomitantemente, ou um pouco depois (entre um ou dois dias) começam a
surgir os sinais mais característicos da catapora: manchinhas vermelhas
(máculas) arredondadas ou ovais, de dimensões variáveis e um pouco salientes
(pápulas) que se distribuem irregularmente pela face e pelo tronco.
Essas máculas logo dão lugar a pequenas bolhas ou vesículas cheias de líquido
transparente.
Pouco a pouco, o líquido acumulado no interior da vesícula desaparece e a
bolha vai murchando. Em seu lugar fica uma pequena crosta amarelo-avermelhada
que provoca muita coceira.
A crosta dura cerca de quatro dias e, por fim, se desprende, não restando
nenhuma cicatriz. Entretanto, a superinfecção bacteriana das vesículas rompidas
por trauma pode levar à destruição da camada epidérmica basal e cicatrização
residual.
As lesões da varicela surgem em “ondas” e evoluem individualmente. Na
evolução da doença, pode-se observar, ao mesmo tempo, a presença de máculas onde
já há crostas formadas.
A recuperação completa ocorre cerca de sete a dez dias após o aparecimento
dos primeiros sintomas.
COMPLICAÇÕES
Ao coçar as delicadas vesículas, elas se rompem. O líquido nelas contido está
repleto de vírus e, ao se espalhar, difunde a infecção.
Além disso, as unhas podem estar contaminadas de germes comuns como estafilococos e estreptococos. As vesículas
se infectam e transformam-se em pequenos abscessos, que, se numerosos,
transformam-se numa piodermite difusa, às vezes seguida de febre. É a
complicação mais frequente da varicela.
Ocasionalmente, podem aparecer complicações mais graves, como pneumonia,
inflamação no ouvido médio e encefalite.
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
O tratamento busca, basicamente, o alívio dos sintomas, pois como na maioria
das doenças causadas por vírus, não há muito que fazer; o próprio organismo se
incumbe de debelá-la.
O que se pode fazer, além de aliviar os sintomas, é procurar evitar uma
infecção secundária por bactérias e o rompimento das vesículas pelas unhas
infectadas.
Como prevenção é recomendada a vacinação contra a catapora.
Devem ser vacinadas crianças a partir de um ano de idade.
Recomenda-se, também, a vacinação de adolescentes e adultos que tenham baixa
imunidade ou que passarão por tratamentos quimioterápicos e radioterápicos.
Bibliografia: 1) Robbins e Cotran – Patologia: Bases Patológicas das Doenças
– 8ª Edição – Editora Elsevier/2010
2) Enciclopédia Medicina e Saúde – Vol. IV – Editora
Abril Cultural.
Olá Roberto, eu me lembro de quando tive catapora, lá pelos anos de 1963. Faz tempo, né? Mas eu me lembro bem das coceiras e de minha mãe passando um paninho de leve sobre as vesículas, tentando aliviar o mal estar. Eu morava no interior e o calor era insuportável. Isso mais as coceiras, parecia que as portas do inferno haviam sido escancaradas. Ainda bem que alguém se lembrou de fechá-las novamente...
ResponderExcluirAbraços