O que é a Síndrome das Pernas
Inquietas?
Quais as causas da SPI? Quais os possíveis
tratamentos para esse mal?
A Síndrome das pernas inquietas (também conhecida como Síndrome de Ekbon) é uma doença crônica, caracterizada por sensações de desconforto e parestesias nos membros inferiores durante o repouso, gerando urgência em movimentar as pernas para aliviar o incômodo.
O fato da SPI manifestar-se predominantemente
durante os momentos de repouso comprometem de modo significativo a qualidade de
vida dos portadores.
Muitas pessoas deixam de ir ver um bom filme ou
uma peça de teatro por não conseguirem ficar paradas, outras nem um livro
conseguem ler.
Há, ainda, aqueles que têm dificuldade de fazer
viagens longas ou participar de reuniões sociais e de negócios.
SINTOMAS
O diagnóstico da SPI é feito quando os
pacientes relatam os sintomas de sensação desagradável de desconforto nas
pernas.
Há os que não conseguem explicar os sintomas e
outros explicam como sendo uma sensação desagradável de agulhadas ou prurido
interno, que melhoram com movimentos de flexão, extensão e cruzamento das
pernas.
Os sintomas da SPI podem interferir na
qualidade do sono do paciente e muitas vezes do cônjuge, uma vez que os
movimentos podem ser vigorosos.
Relatos da esposa de um portador da síndrome
dão conta de que ela chega a perder o sono e ficar contando o tempo das flexões
do marido: “algumas noites ele mexe a perna a cada 20 segundos, outras a cada 13
segundos”.
Estudos mostram que os intervalos entre os
movimentos podem variar de 20 a 40 segundos e ocorrem predominantemente na
primeira metade da noite.
O incômodo é bastante variável de pessoa para
pessoa. Há casos mais leves e casos mais graves. Há relatos, até, de idéias
suicidas e separações conjugais devido à síndrome.
Em geral, os sintomas se manifestam durante o
repouso noturno e impedem o sono reparador da pessoa. Como consequencia, há
prejuizos na vida social do portador da síndrome, pois no dia seguinte, ele fica
sonolento, propenso à irritação e inclusive à depressão.
Entretanto, há casos em que os sintoma se
manifestam em qualquer momento de repouso, mesmo durante o dia.
PREVALÊNCIA
A síndrome das pernas
inquietas pode manifestar-se em qualquer faixa etária. É mais rara na
infância; normalmente os sintomas aparecem após os 27 anos de idade e sua
incidência aumenta com o envelhecimento.
Mulheres são mais propensas a apresentarem os
sintomas em relação aos homens e os idosos são mais prejudicados em ambos os
casos.
A Síndrome das Perna Inquietas, ou
SPI como é conhecida entre os médicos, acomete 15% da população
adulta.
CAUSAS
A causa da síndrome das pernas
inquietas não é bem conhecida. Parece que a SPI tem uma relação
com herança familiar em um terço dos casos, mas também pode ter relação com
anemia ferropriva e polineuropatia.
A falta de ferro no cérebro pode acarretar uma
falha na transmissão de informações do cérebro para as pernas, provocando
sensações de incômodo. Isso não significa que a pessoa tenha deficência de
ferro, mas sim que pode estar ocorrendo falha no uso desse ferro, diz James
Connor, PhD, professor do Departamento de Neurociência e Anatomia da Penn State
College of Medicine e coordenador de uma pesquisa realizada na universidade. A
tal pesquisa esclareceu que não há degeneração neurológica no cérebro nem perdas
ou danos das células cerebrais, apenas falhas de aproveitamento do
ferro.
A gravidez pode exarcebar os sintomas e a
cafeína também pode provocar piora.
Em adolescentes a doença parece estar associada
com estoque baixo de ferro.
Entre as crianças pode haver alguma relação com
hiperatividade e déficit de atenção, além de baixos níveis de ferro no sangue,
podendo melhorar com ferro-terapia.
Há muita especulação sobre o mecanismo que leva
ao aparecimento da SPI ou Síndrome das Pernas
Inquietas, mas é possível que seja explicada por uma disfunção do
sistema nervoso central, uma vez que drogas dopaminérgicas
como as usadas na doença de Parkinson podem aliviar os sintomas, só que
ministradas em baixas doses.
TRATAMENTO
A Síndrome das pernas inquietas é uma
doença que, apesar da grande prevalência entre a população, é pouco reconhecida
pelos agentes de saúde, motivo pelo qual grande parte dos pacientes não recebem
tratamento adequado, embora nos últimos anos tem-se estudado essa doença com
mais interesse.
Ainda é preciso muitos estudos, mas alguns
medicamentos já têm sido usados para aliviar os sintomas desse incômodo
mal.
Nos casos mais leves, recomenda-se o uso de
benzodiazepínicos. Nos mais graves drogas dopaminérgicas promovem alívio no
sofrimento dos pacientes.
A ingestão do Ferro pode trazer uma melhora
temporária. Para isso, é preciso orientação médica, pois não se pode sair por aí
tomando medicamentos que contenham Ferro sem verificar se o seu problema é esse
mesmo. O excesso de Ferro no corpo pode trazer um tipo de intoxicação que poderá
trazer mais resultados negativos do que positivos, por isso a necessidade de
procurar um profissional médico.
Ainda não existe tratamento específico para o
SPI, pode-se utilizar quatro classes de medicamentos: os
dopaminérgicos , os opióides , os
benzodiazepínicos e os anticonvulsivantes, mas a
American Academy of Sleep Medicine reconhece os dopaminérgicos
como mais adequados para obter melhores resultados.
Segundo informa o Dr. Dráuzio Varella em seu site, o Departamento de Medicina e Biologia do Sono da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo - Tel. 11- 2108-7633) atende a pacientes com esses sintomas pelo SUS.
Segundo informa o Dr. Dráuzio Varella em seu site, o Departamento de Medicina e Biologia do Sono da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo - Tel. 11- 2108-7633) atende a pacientes com esses sintomas pelo SUS.
RECOMENDAÇÕES
- Movimentos rítmicos e repetitivos próprios da
Síndrome da Perna Inquieta podem ser confundidos com vícios relacionados
com tensão ou distração e esses são mais fáceis de serem abolidos, bastando a
própria vontade de parar.
- É extremamente desaconselhável o consumo de
álcool, cigarro e cafeína.
- Perto da hora de dormir faça atividades
relaxantes para não estimular o cérebro.
- Estabeleça rotinas para o sono: silêncio,
horários definidos e pouca luminosidade.
- Banhos quentes antes de dormir ajudam a
relaxar e melhoram o sono.
Bibliografia: Revista Neurociências - Síndrome das Pernas Inquietas - Trabalho de Revisão - UNIFESP - Vol. 12 - n° 1
Bibliografia: Revista Neurociências - Síndrome das Pernas Inquietas - Trabalho de Revisão - UNIFESP - Vol. 12 - n° 1
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Adorei a matéria porque eu tenho isso e acho que é bem complicado ter a perna pulando a noite inteira. Pior ainda é que muita gente acha que é frescura.
ResponderExcluirObrigada pelas informações.
Não tem nada de frescura, Sandra, é uma Síndrome muito inconveniente. Procure um médico, tenho certeza que vai melhorar sua qualidade de vida.
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