by Roberto M.
É comum dizer-se que a agorafobia é, simplesmente, um medo de espaços
abertos, mas a doença é mais complexa do que isso. Uma pessoa com agorafobia
pode ter medo de viajar em transporte público, visitar um centro comercial, sair
de casa. Pessoas com agorafobia, ao depararem-se com situações estressantes,
normalmente, experimentam sintomas de um ataque de pânico, tais como batimentos
cardíacos acelerados, respiração rápida, sensação de calor e
suor, etc.
Por isso, elas evitam situações que causam ansiedade e é comum só saírem de
casa acompanhadas, com um amigo ou parceiro. Compram coisas pela internet ou
pelo telefone e mandam entregar em casa, em vez de ir ao supermercado.
A principal característica da Agorafobia é o aparecimento isolado de um medo
ou mal-estar intenso, sem motivo aparente, na ausência de um perigo real. É um
distúrbio de ansiedade.
Sintomas da Agorafobia
Os sintomas de agorafobia podem ser classificados em três tipos:
1 - físicos
2 - cognitivos (sintomas associados com a forma de pensamento)
3 - comportamentais
Os sintomas físicos
Os sintomas físicos de agorafobia, geralmente, só ocorrem quando o doente se
encontra em uma situação ou ambiente que provoca ansiedade.
No entanto, grande parte das pessoas com agorafobia, raramente sentem
sintomas físicos, pois deliberadamente evitam situações que as tornam ansiosas.
Os sintomas físicos da agorafobia são semelhantes aos de um ataque de pânico
e podem incluir: batimentos cardíacos acelerados, respiração rápida
(hiperventilação), sensação de calor e suor, dor de estômago, dor no peito,
dificuldade em engolir (disfagia), diarreia, tremores, tontura, zumbido nos
ouvidos, sensação de desmaio.
Os sintomas cognitivos
Cognitivo é um termo utilizado para exprimir o modo de perceber e interpretar
a si mesmo.
Os sintomas cognitivos de agorafobia são sentimentos ou pensamentos que
afetam os impulsos naturais, hábitos, interesses e aspirações do indivíduo.
Podem ou não estar relacionados com os sintomas físicos.
Os sintomas cognitivos podem incluir:
- Pânico de ficar constrangido na presença de outras pessoas;
- Pânico de sofrer eventuais riscos de vida (preocupação com a parada do
coração ou a incapacidade de respiração, por exemplo);
- Preocupação extrema com a eventual incapacidade de escapar de lugares ou
situações que, em algum momento, já tenha sentido pânico;
- Sensação de perda da sanidade;
- Perda do controle em público;
- Tremores e coramento do rosto na presença de outras pessoas;
- Sensação de incapacidade de sobreviver sem a ajuda dos outros;
- Medo de ser deixado sozinho dentro de casa (monofobia)
- Sentimento geral de ansiedade ou medo
Os sintomas comportamentais
No que diz respeito ao comportamento, os sintomas de agorafobia incluem:
- Evitar situações que possam levar a ataques de pânico, como lugares
lotados, transportes públicos e filas;
- Incapacidade de sair de casa por longos períodos de tempo;
- Necessidade de estar acompanhado, com alguém de confiança, quando vai a
qualquer lugar.
- Evitar ficar longe de casa
Causas de agorafobia
Agorafobia, geralmente, se desenvolve como uma complicação da síndrome do
pânico (um transtorno de ansiedade que envolve ataques de pânico e momentos de
medo intenso), pois pode surgir como resultado da associação que o paciente faz
entre as crises de pânico que teve, com os lugares ou situações onde elas
ocorreram.
Somente uma minoria das pessoas que sofrem de agorafobia não tem história de
ataques de pânico.
Nestes casos, o medo pode estar relacionado a questões como criminalidade,
terrorismo, doença ou a algum acidente do qual participou. Eventos traumáticos,
como luto, podem contribuir para a agorafobia. Algumas vezes, pode ser fruto de
alguma herança genética recebida dos ancestrais.
Diagnóstico de agorafobia
A agorafobia envolve sentimentos, emoções e a vida pessoal do indivíduo
afetado.
Apesar de ser difícil falar sobre sentimentos e emoções, é importante
procurar um médico para descrever os sintomas, a frequência e as situações em
que ocorrem.
É necessário relatar ao profissional de saúde, minuciosamente, todos os
problemas que estão afetando a vida pessoal do paciente, sem constrangimento.
O médico precisa saber o máximo possível sobre os sintomas. Somente assim ele
poderá fazer o diagnóstico correto e recomendar o tratamento mais adequado.
Tratamento de agorafobia
Normalmente o tratamento se dá de uma forma gradual, com acompanhamento
psicológico, técnicas de autoajuda e mudanças de estilo de vida.
Mudanças do estilo de vida incluem exercícios físicos regulares, alimentação
saudável, e afastamento do consumo de álcool, drogas e bebidas que contenham
cafeína, tais como café, chá e cola.
As técnicas de autoajuda incluem desde o autoconhecimento sobre a própria
condição, passando por manuais, ajuda guiada e terapias.
Tratamentos mais intensivos como terapias cognitivo-comportamentais podem ser
necessários.
A medicação pode ser recomendada se técnicas de autoajuda e mudanças de
estilo de vida não se mostrarem eficazes no controle dos sintomas de agorafobia.
Geralmente, o médico irá prescrever inibidores seletivos da recaptação da
serotonina, medicamentos utilizados no tratamento da ansiedade e da depressão.
Perspectiva
Os dados abaixo são relativos a estudos e pesquisas realizados pelo sistema
de saúde do Reino Unido (Inglaterra), mas podem nos dar uma boa ideia das
perspectivas da doença.
- Cerca de 30% das pessoas com agorafobia alcançam a cura completa e permanecem
livres de sintomas.
- Cerca de 50% das pessoas experimentam certa melhoria nos sintomas, mas têm,
eventualmente, alguma recaída. Principalmente quando se sentem altamente
estressados.
- Apesar do tratamento, cerca de 20% das pessoas com agorafobia continuam a
experimentar todos os sintomas incômodos.
Fonte: Agoraphobia - NHS Choices – Site de saúde do Reino Unido
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