by Roberto M.
Segundo a Associação Brasileira de Endometriose, cerca de 10% a 15% das mulheres na faixa etária entre 12 e 45 anos (idade reprodutiva) são acometidas por endometriose; 30% destas têm chance de adquirirem infertilidade.
A doença acomete mulheres a partir da primeira menstruação e pode se estender até à última. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente está na faixa dos 30 anos.
O endométrio é o tecido que reveste internamente o útero e é renovado mensalmente pela menstruação. Todos os meses, o endométrio fica mais espesso para que um óvulo fecundado possa se implantar nele. Quando não há gravidez, esse endométrio que aumentou descama e é expelido na menstruação.
A endometriose é caracterizada pela presença do endométrio fora do útero, que é o seu local habitual. Os fragmentos do endométrio atingem os ovários, as trompas, e até outros órgãos como a bexiga e o intestino.
Mesmo deslocado, o tecido excedente é estimulado a crescer e, na hora da menstruação, descama junto com o endométrio original e a partir daí surgem os sintomas.
A doença pode ter a forma leve, apresentando poucos sintomas, moderada e grave, também conhecida como endometriose profunda (que pode levar à infertilidade, dores abdominais crônicas, além de acometer órgãos vizinhos).
Os principais sintomas da endometriose são dor e infertilidade. Estudos mostram que aproximadamente 20% das mulheres com endometriose têm apenas dor, 60% têm dor e infertilidade, e 20% apenas infertilidade.
Algumas mulheres portadoras de endometriose sofrem dores incapacitantes; outras não sentem desconforto algum.
SINTOMAS DA ENDOMETRIOSE
Os sinais mais comuns da endometriose são:
1- dores manifestadas como cólica menstrual intensa;
2- dor no intestino na época da menstruação;
3- dor pélvica e abdominal durante e/ou depois da relação sexual;
4- sangramento menstrual intenso ou irregular;
5- combinação de todos os sintomas anteriores.
6- Além disso, dependendo da gravidade e da extensão da endometriose, com o tempo podem surgir a infertilidade ou a dificuldade de engravidar.
CAUSAS DA ENDOMETRIOSE
As causas da endometriose ainda não são claras. Não existem estudos que comprovem o motivo do aparecimento da endometriose. Mas, há algumas teorias.
A principal teoria é a da Menstruação Retrógrada, na qual, durante a menstruação as células do endométrio são enviadas, retrogradamente, pelas trompas para dentro do abdômen. As células do endométrio perdidas instalam-se nas paredes dos órgãos da região pélvica e começam a crescer.
O que se sabe, neste caso, é que as células do endométrio podem ser encontradas no líquido peritoneal em volta do útero na maioria das mulheres, mas apenas algumas desenvolvem a doença, provavelmente devido a fatores imunológicos. Acredita-se que o sistema imunológico exerce papel fundamental na proteção contra a implantação e crescimento das células endometriais que saem para fora do útero.
DIAGNÓSTICO DA ENDOMETRIOSE
O diagnóstico da endometriose é realizado a partir do exame ginecológico clínico, dos exames de imagem (ultrassonografia, ressonância magnética) ou até biópsias realizadas por videolaparoscopia.
O exame mais comum, o ultrassom, muitas vezes não mostra os focos da doença, que podem ser visíveis apenas quando já se formou um cisto endometriótico nos ovários.
TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE
Não há cura para a endometriose, mas dá para combater seus focos e, praticamente, anular os sintomas.
Quando detectada e tratada precocemente, a endometriose pode ser controlada e não deixar sequelas.
No entanto, o diagnóstico tardio pode agravar o problema afetando outros órgãos e desenvolvendo a infertilidade.
O tratamento depende do grau da doença e envolve desde o uso de anticoncepcionais (que barram a ação do estrogênio), analgésicos e anti-inflamatórios (para aliviar os sintomas da dor) até a cirurgia e o uso de medicamentos para bloquear hormônios.
PREVENÇÃO DA ENDOMETRIOSE
Não há prevenção conhecida para o aparecimento da endometriose, mas mulheres que utilizam anticoncepcionais orais, praticam esportes e têm alimentação saudável apresentam menor incidência da doença.
Alguns hábitos, como diminuir o estresse e consumir alimentos ricos em ômega-3 podem diminuir o risco do problema aparecer.
É importante que a mulher visite o ginecologista regularmente e lhe comunique sobre qualquer alteração, especialmente cólicas, um dos principais indícios da endometriose.
FATORES DE RISCO DA ENDOMETRIOSE
1- Começar a menstruar muito cedo
2- Nunca ter tido filhos
3– Ter filhos depois dos 30 anos
4– Alterações no útero
5- Qualquer condição de saúde que não permita que o fluxo menstrual seja expelido naturalmente pelo organismo, como malformações genitais
6– Estresse
7– Má alimentação
8- Histórico de infecção pélvica
9- Menstruações intensas e duradouras (mais que uma semana)
10- Ter parentes próximas (como mãe ou irmã) que já sofreram da doença. Nesses casos existe seis vezes mais chance de se desenvolver a endometriose.
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