O Instituto Butantan, órgão vinculado à secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e um dos maiores centros de pesquisa biomédica do mundo, está desenvolvendo um estudo inédito que, muito em breve, deverá revolucionar o tratamento do câncer de pele.
Além de ser o responsável por mais de 93% do total de soros e vacinas produzidas no Brasil, o Instituto desenvolve estudos e pesquisas na área de Biologia e Biomedicina, relacionadas com a saúde pública.
Em um desses estudos que vem realizando, está sendo desenvolvida uma pesquisa inédita onde é utilizada a CROTAMINA da cascavel, uma toxina que é isolada do veneno da serpente.
Os estudos estão demonstrando que, ao utilizar a toxina em camundongos portadores de melanoma (câncer de pele), o animal tem a sobrevida aumentada em até 70%. Além disso, existe um retardamento significativo do desenvolvimento do tumor ou uma inibição completa de sua formação.
VANTAGENS DA CROTAMINA
Segundo os cientistas, a CROTAMINA, ao ser comparada com outras drogas anticancerígenas, exibe grandes vantagens:
1) É facilmente solúvel em diferentes solventes;
2) É pouco imunogênica (não induz reações alérgicas graves capazes de produzirem choques anafiláticos);
3) Tem ação tóxica seletiva contra as células do melanoma (não atinge as células normais do organismo).
4) Aparentemente não interfere no processo de divisão celular das células normais (diferente de outras drogas anticancerígenas que se acumulam dentro do tumor);
5) Permanece nas células tumorais por aproximadamente 24 horas (o que poderá permitir o uso de uma única dose diária, no caso de vir a ser utilizada como medicamento no futuro).
A TOXINA COMO FERRAMENTA BIOTECNOLÓGICA
Além do grande potencial que tem, de vir a ser um método de tratamento do câncer de pele, a CROTAMINA vem sendo utilizada, pelos pesquisadores, como uma ferramenta biotecnológica para descobrir diferenças entre células, pois como as células cancerosas são muito diferentes das normais e a CROTAMINA reconhece essa diferença, ela se presta perfeitamente a esse trabalho, ajudando no desenvolvimento de novos medicamentos para o combate ao câncer.
Em relação a isso, explica a geneticista Irina Kerkis, coordenadora do projeto:
Em relação a isso, explica a geneticista Irina Kerkis, coordenadora do projeto:
"Desta forma, demonstramos que a crotamina serve como protótipo para o desenvolvimento de novas drogas com propriedades parecidas".
O FUTURO
A CROTAMINA ainda não foi testada em seres humanos. Antes disso, os cientistas estão trabalhando para obter uma forma sintética da toxina.
Conforme destaca a coordenadora:
Conforme destaca a coordenadora:
“A partir dai, podemos começar os testes clínicos e se todos os resultados forem positivos. Podemos ter medicamento para melanoma ou outros tipos de câncer em até cinco anos".
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